Exterogestação - O Amor no Toque - Por Dra. Daniella Leiros
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Hoje o texto da Dra. Daniella é sobre algo que vivi profundamente na minha maternidade! Que eu acredito e pus em prática e posso dizer pra vocês, facilitou todo o meu processo o maternar.
Foi uma transição suave, foi empática, foi respeitando os nossos tempos. Espero que se inspirem, que acreditem e que a exterogestação auxilie a maternidade de vocês também!!!
Segue a baixo as informações trazidas por essa pessoa cheia de luz!
Uma palavra tão estranha para designar uma coisa tão linda.
É, gente, essa palavra pode até parecer estranha, mas quando a gente presta atenção no que ela quer dizer, a gente entende a sua inteira beleza.
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Extero, fora e gestação, produção, preparação.
É o gestar fora. Fora de onde?
Do útero. A gestação acontece dentro do útero, dentro do corpo quando a gente fala de fora é fora dele(s).
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É a “proposta” de que uma parte da gestação do bebê (humano) seja feita fora do útero. É o quarto trimestre gestacional, período desde o nascimento até três meses de vida, que finaliza o desenvolvimento do bebê.
Finaliza mais ou menos, né? Sabemos que o nosso desenvolvimento não para nunca, mas em termos de imaturidade sim. Essa é a finalização de um ciclo de formação, de maturidade funcional e adaptação a vida fora do útero.
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O bebê humano nasce imaturo independente da idade gestacional. Quando nascemos somos incapazes viver sozinhos, precisamos de alguém junto para nos manter vivos, além que a proximidade de alguém facilita, estimula e melhora esse desenvolvimento físico, emocional, cognitivo, energético, funcional, etc.
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E em que consiste essa exterogestação? Eu resumo numa só palavra: colo.
Mas o bebê não vai ficar manhoso? Mal acostumado? Mimado?
Que nada! A ciência já provou ao contrário. O colo favorece o desenvolvimento e amadurecimento.
Quer saber por quê?
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Onde o bebê foi criado? No útero. Ele passou 9 meses sendo ‘abraçado’ pelo útero, líquido e bolsa amniótica, passou 9 meses sendo formado no aconchego, no aperto, no ‘abraço’.
A verdade é que o bebê precisa ser desacostumado ao colo, acostumado ele já está.
Por mais colo que você dê ao bebê, você nunca vai conseguir se igualar ao colo constante do útero, ao balançar do corpo dele dentro da barriga da mãe, ao ser ninado e mimado com todo conforto e proteção.
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Deve ser assustador a gente nascer e ter que lidar com o vento, barulho, roupa e o corpo todo solto. Não deve? Porque eu não lembro como foi, mas imagino como deve ter sido.
Nada melhor do que a ciência para nos mostrar que precisamos é dar mais colo, que precisamos ajudar nesse desenvolvimento e ela mostra mil e um benefícios.
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A criação com apego, com afeto, com carinho, o colo e o contato físico já está mais do que provado que:
- melhora o desenvolvimento neurocomportamental
- facilita o desenvolvimento cognitivo e o raciocínio
- ajuda no desenvolvimento postural
- dá segurança à criança (e aos pais)
- reduz o estresse materno
- diminui índices de depressão pós-parto
- dá independência
- favorece o vínculo e o contato
- ajuda a entender as necessidades do bebê
- dá mais proximidade e carinho
- favorece interação
- deixa os bebês mais calmos, menos chorosos e dormindo melhor
- facilita o aleitamento
- evita refluxo e alivia cólicas
- dá autonomia à toda família
- dá privacidade e praticidade para carregar o bebê
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O colo é bom em qualquer fase da vida. É muito bom um abraço, um aconchego, uma certeza de que estamos protegidos, que há alguém cuidando da gente, não é mesmo?
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Esse cuidado, essa forma de criar, de maternar deve ser estimulado desde o nascimento, sem receio de “mal acostumar a criança”. O bebê não ficará manhoso, ele receberá apego na medida certa. Com o tempo ela mesma dará sinais quando quer ou não quer ficar junto.
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É uma mudança de paradigmas, uma mudança no cuidado, o cuidado humanizado, o cuidado respeitoso, o cuidado com apego.
Os estudos mostram que a criança que é acalentada, que fica no braço, no canguru, no sling, no colo, juntinho e/ou agarrado aos seus cuidadores é uma criança (um adolescente e um adulto) mais autoconfiante, feliz e independente.
E não é isso que queremos para os nossos filhos?
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Quer mais? Tem muito mais.
O contato pele a pele em qualquer idade (bebê, criança ou adulto) propicia respostas químicas e hormonais como a liberação de ocitocina (o hormônio do amor, do vínculo) e redução do cortisol (o hormônio do estresse), o que acalma, facilita o raciocínio e a autoconfiança.
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As substâncias neuroativas são uma das maneiras pelas quais as emoções trabalham. Elas modificam a nossa percepção, nosso comportamento e nossos padrões de pensamento.
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Através da nossa cognição, interpretamos o mundo conhecendo e compreendendo e as nossas emoções são inseparáveis da cognição num sistema de julgamento (bom e ruim, seguro e perigoso) e formando valores para sobrevivermos melhor no mundo e com o mundo.
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Muito complexo? O importante a saber é que a emoção nos torna mais inteligentes.
As diferentes situações do dia a dia nos provocam diferentes emoções e sentimentos que, por sua vez, nos fazem despertar a consciência, interpretação, compreensão e raciocínio e afetando a maneira como nos comportamos, pensamos, tomamos decisões e interagimos uns com os outros.
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Se sentir bem melhora o raciocínio e facilita o pensamento criativo, desenvolve a inteligência. Além disso, a experiência de bons sentimentos dificulta o aparecimento de problemas e, se surgirem, facilita a resolução deles
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Não deu muito colo para o seu filho quando bebê? Dê agora.
Dê colo para todos aqueles que você ama. O toque, o contato pele a pele libera esses hormônios gostosos e calmantes.
Quer provar como é verdade? Vamos testar? Toque mais, abrace mais e sinta a ação desses hormônios em você e nos outros.
Dra Daniella Leiros - fisioterapeuta, acupunturista e doula (A Sua Hora - serviços de apoio materno infantil)
Dra Daniella Leiros
Fisioterapeuta e Acupunturista
Especialista em Gestantes
(16) 99177-4433
O curso "A Sua Hora" está com vagas abertas, e traz muita informação IMPORTANTE para essa fase da vida!
Aproveito também para contar que o ensaio Newborn a domicílio que faço segue os meus conceitos de exterogestação, e por isso é um ensaio tranquilo, amoroso, respeitoso!
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