A dor do parto - Por Bruna Barros Lima - Ribeirão Preto - SP
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Hoje trago informações sobre um assunto muito temido, pouco explorado e por vezes pouco abraçado: a dor do parto.
Entender o processo físico e emocional é uma chave libertadora para esse momento e esse texto da Bruna auxilia muito na compreensão desses momentos!
Boa leitura!
Na nossa cultura, quando se fala em parto, se fala em dor. Normalmente o parto é resumido a dor e sofrimento, com uma recompensa no final, o bebê…
Mas será que é assim mesmo?
Isso vai depender da nossa maneira de entender, enxergar e vivenciar esse momento. Para entendermos isso, farei uma sequência de 3 posts sobre a dor do parto.
A dor das contrações acontece pela pressão que o bebê faz no colo uterino para que ele afine e dilate. Essa dor é como uma onda, vem devagar, se intensifica e vai diminuindo até que cesse. E quando cessa a mulher tem tempo para se recuperar para as próximas contrações.
Durante o trabalho de parto nosso corpo libera hormônios de prazer e bem estar, como a ocitocina e a endorfina. O primeiro é responsável pelas contrações uterinas, previne hemorragia e é importante para vínculo mãe-bebê, pois é o hormônio do amor. Esse mesmo hormônio é responsável pelo orgasmo (viram como é de prazer?) e ejeção do leite materno. O segundo hormônio funciona como um analgésico natural, ajuda a mulher a entrar no estado alterado de consciência, que conhecemos como partolândia (importante para que o parto ocorra fisiologicamente) e é responsável por gerar uma sensação de relaxamento, prazer e de dependência mútua entre mãe e bebê. A adrenalina também é importante no parto, mas só deve ser liberada na fase final do trabalho de parto, para a expulsão do bebê.
Se essa orquestra hormonal for atrapalhada por fatores externos ou internos, haverá liberação de adrenalina antes da hora correta, a qual não permitirá a ação eficiente da ocitocina, causando mais dor e atrapalhando a fisiologia do parto. Mas se a orquestra hormonal for respeitada, haverá menos dor, a mulher se sentirá mais tranquila e confiante e poderá desfrutar melhor do seu momento.
Acredite, o parto pode ser uma experiência maravilhosa, apesar da dor.
E o que fazer para que essa orquestra funcione bem? Existem fatores internos e externos que vão influenciar nisso! Tudo que desencadeie medo, tensão, insegurança, desconforto, sensação de exposição, pode prejudicar a cascata hormonal.
Alguns fatores internos:
•O desconhecimento sobre o que esperar durante o trabalho de parto é um fator que pode gerar insegurança e medo durante o processo. Por isso a importância de se estudar muito durante a gestação;
•Medo de sofrer algum tipo de violência obstétrica e neonatal;
•Medo da dor. É importante compreender essa dor e aceitá-la como parte do processo.
•Fatores internos particulares de cada mulher. É interessante trazer à tona possíveis traumas ou coisas mal resolvidas, ainda durante a gestação.
🤰🏿
Alguns fatores externos (que vão gerar consequências internas):
•Excesso de luz e ruídos;
•Frio;
•Falta de privacidade;
•Falta de aconchego;
•Utilização de ocitocina sintética.
Tanto os fatores externos quanto os internos vão “colocar lenha” no ciclo “Medo → Tensão → Dor → Medo → …” Quanto mais medo a mulher sentir, mais tensa ela ficará e consequentemente mais dor sentirá.
Além do cuidado com os fatores mencionados acima, existem algumas ferramentas e ajustes ambientais que podemos utilizar para que a mulher se sinta mais relaxada e a sua dor seja amenizada.
Se trabalharmos as questões internas antes do parto e tivermos alguém para cuidar das questões externas durante o trabalho de parto, já teremos um bom caminho andado para que nos sintamos mais confortáveis e seguras na hora “P”.
Temos algumas ferramentas que também podem ajudar no alívio da dor, como:
•Massagem na lombar;
•Uso de aromaterapia;
•Exercícios de mobilidade pélvica com rebozo (ou sem ele);
•Vocalização;
•Respiração
•Afirmações positivas;
•Banho de chuveiro quente;
•Banho de imersão;
•Uso de bolsa térmica na lombar ou baixo ventre
Para finalizar esse texto sobre a dor do parto, digo:
Tente aceitar essa dor como sua amiga, compreendendo que ela é parte natural do processo. Receba a dor e permita que ela ajude a trazer o seu filho para seus braços. A dor é apenas uma pequena parte dessa experiência incrível e transformadora que é trazer um bebê ao mundo através do seu corpo e do seu funcionamento perfeito e natural!
Por Bruna Barros Lima, doula e terapeuta Ayurvédica - Rio Grande/RS
@bru.ayurveda.doula
Que a sua hora seja incrível! Que você tenha uma equipe maravilhosa para acolher, para respeitar e que você viva intensamente esse portal que é o trabalho de parto. O momento do nascimento não só do bebê, mas também dessa mulher mãe!
E para fotografia de parto, conte também com uma profissional qualificada, que entende a fisiologia do nascer e estará entregue para esse momento junto com a família!
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