CORONA VÍRUS - GESTANTES - ISOLAMENTO - Por Dra. Daniella Leiros - Ribeirão Preto - SP
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Com a reabertura do comércio, e a flexibilização da quarentena, nada mais pertinente do que alertar as gestantes sobre um assunto tão importante!
A Dra. Daniella Leiros traz informação de relevância baseada em evidências científicas!
"Pandemia. Vocês sabem o que é?
Pandemia é uma epidemia que se dissemina por toda uma região, que se espalha rapidamente com uma grande extensão de atuação, significa "todo o povo".
Já epidemia é o aumento anormal dose contaminados por uma doença, mas sem maiores proporções geográficas.
Foi exatamente o que aconteceu com o coronavírus, saiu do seu lugar de origem (Wuhan na China) e se espalhou pelo mundo inteiro.
É esse corona é danado!
Tem tirado o sono de muita gente e uma infinidade de pesquisadores em todo o mundo tem estudado buscando uma forma de lutar contra ele.
Mas e as grávidas? O que isso tem a ver?
Bom, no começo da pandemia, a orientação de isolamento foi geral para evitar a contaminação de muita gente ao mesmo tempo.
E aí o tempo foi passando, os estudos aparecendo, os contaminados crescendo e a população de grávidas pode ser mais e mais estudada.
No começo, grávidas e puérperas (mulheres no pós-parto) não eram grupos de risco, era apenas precaução. Hoje são grupo de risco e PRECISAM do isolamento compulsório.
Vamos entender o por que?
No começo, somente as gestantes com doença respiratória eram consideradas de altíssimo risco para a doença.
Os estudos falavam da evolução materna e perinatal de pacientes infectadas onde:
- as manifestações clínicas nas gestantes não foram graves
- o prognóstico materno foi considerado bom
- não tiveram mortes fetais, morte neonatais nem asfixia neonatal
- não influenciou na antecipação do parto
- não alterou o APGAR (nota do bebê ao nascer), nem no peso do bebê
- nenhum caso detectado de transmissão vertical do vírus (mãe para o bebê) nem parecia causar malformações
- não foi encontrado o SARS-CoV-2 no líquido amniótico, na placenta, nem no leite materno
Mas, eram poucos estudos, poucas gestantes. Nenhuma delas tinha alguma co-morbidade, nenhuma doença associada além das alterações fisiológicas da própria gravidez.
Além disso, todas elas haviam se contaminado com o COVID-19 no final da gestação com início dos sintomas poucos dias antes do parto ou após o parto.
Ainda é preciso saber (melhor) como esse novo coronavírus 2019 interage com a gestante, quais fatores moduladores da infecção, os efeitos das medicações no feto, diferenças nas respostas imunológicas, ocorrências de outras patologias associadas e outras variáveis.
E hoje?
Hoje já temos alguns outros estudos.
E já encontraram o SARS-CoV-2 em uma placenta e em um bebê.
O que isto quer dizer?
Ainda não quer dizer muita coisa além de CUIDADO.
Pois é, as gestantes passaram de um grupo de risco habitual para um grupo de risco elevado e que é preciso atenção e cuidado redobrado.
O atendimento pré-natal de gestantes sem risco epidemiológico ou clínico para a infecção COVID-19 os cuidados continuam os usuais com a higienização das mãos e uso de máscaras (que está obrigatório em todo o qualquer lugar).
E amamentar tem problema?
Até agora o que se sabe é que há problema só se a mãe tiver o SARS-CoV-2. Mas ele ainda não foi encontrado no leite materno.
O problema está na possível contaminação da mãe para o bebê pela proximidade de respiração.
Então recomenda-se os cuidados com a higienização (lavar as mãos com água e sabão por pelo menos 20 segundos ou usar álcool 70˚) e o uso constante de máscara facial evitando tocar nela e fazendo a troca a cada 2 horas de uso ou quando estiver úmida.
Orientação divulgada pela Organização Mundial de Saúde sugere que puérperas em bom estado geral deveriam manter a amamentação utilizando máscaras de proteção e higienização prévia das mãos.
“Considerando os benefícios da amamentação e o papel insignificante do leite materno na transmissão de outros vírus respiratórios, a puérpera pode amamentar desde que as condições clínicas o permitam”
A forma de disseminação mais efetivas do SARS-CoV-2 é por meio de secreções e excreções respiratórias veiculadas direta ou indiretamente por: espirro, tosse, contato pessoal direto ou próximo com pessoa infectada (< 1-2 metros em sala fechada, sem equipamento de segurança), colocar objeto contaminado à boca, olhos ou nariz (fômites), levar a mão à boca antes de higienização adequada principalmente após cumprimentar pessoas infectadas ou tocar em superfícies ou objetos contaminados.
• Vamos evitar aglomerações
• Isolar-se do contato social.
• Lavar sempre as mãos por pelo menos 20 segundos
• Se não tiver água e sabão, use álcool em gel 70%
• Evitar contato das mãos com boca, nariz ou olhos sem higienizar as mãos
• Cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir
• Higienizar as mãos após tossir ou espirrar
• Usar lenço descartável para higiene
• Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas
• Manter os ambientes bem ventilados
• Se sair ou necessitar de contato com outras pessoas, manter-se a pelo menos 2 metros de distância."
Dra Daniella Leiros - fisioterapeuta, acupunturista e doula (A Sua Hora - serviços de apoio materno infantil)