A simplicidade do cotidiano = memórias da Clarice
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Depois de dias nublados e de frio, hoje fez um dia lindo e sol. Sempre temos muito trabalho para fazer e a Clarice vai para a escola. Ela ficou com amigdalite, o que fez com que esteja em casa, para se recuperar mais rápido. Enfim, com um dia lindo desses, resolvemos sentar na frente de casa, por uns minutos, para tomar um chimarrão, antes que eu voltasse as edições e tratamentos de fotos, e o Marcos aos afazeres dele.
Enquanto tomávamos nosso chimarrão, Clarice trouxe algumas coisas para brincar e comecei a fantasiar sobre a minha infância. Mais do que a minha infância, sobre fotos que existem na casa da minha mãe, que retratam alguma dessas brincadeiras... eu andando de bicicleta, brincando com os cachorros, de casinha. Mas o que mais me surpreendeu nesse rápido devaneio, foi me dar de conta que nenhum desses registros eu, ou meu irmão, estavamos produzidos. Não estávamos com nossa melhor roupa, nem com o cabelo arrumado, nem nada de especial. Só estávamos sendo crianças, e isso foi registrado.
Esses registros são os responsáveis por eu saber como era o apartamento que morei quando nasci, e a casa que me criei. As árvores que existiam no quintal, a lembrança das frutas que eu podia comer do pé. E aí pensei: que memórias estou deixando para a Clarice sobre a vida dela? Stories no instagram e alimentando um feed de rede social com momentos tão doces para a gente, mas que não me darão a oportunidade de criar um álbum, uma linha de tempo para ela reviver tudo isso.
Corri e peguei a câmera! Ela merece ver onde foi criada, como é linda a luz do por do sol na nossa rua. Como ela cresceu em um bairro tranquilo, podendo ser criança. Ela não precisa estar com a melhor roupa. Ela não precisa estar no auge da saúde. Não precisa estar com o sorriso mais fabuloso. Ela só precisa ser ela. . E eu só preciso lembrar pra sempre dela assim.