Com qual sapato eu vou? ORIENTAÇÕES DE CALÇADOS PARA A GESTANTE - por Dra. Daniella Leiros - Ribeirão Preto -SP
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Hoje voltamos com a série de textos escritos pela parceira incrível Dra. Daniella Leiros - fisioterapeuta, acupunturista e doula (A Sua Hora - serviços de apoio materno infantil):
"A gravidez é um momento que exige uma série de cuidados por parte da mulher.
Geralmente a maior preocupação é a alimentação, consultas médicas, práticas de atividades físicas. No máximo, as mulheres pensam em roupas confortáveis... mas é essencial também se preocupar com os sapatos.
Os pés são os responsáveis por sustentar o peso do nosso corpo. E durante a gestação esse peso aumenta consideravelmente, não é mesmo?
Outra coisa que muda em relação ao pé, peso do corpo e sustentação são os nossos músculos e ligamentos que estão sob a influências de certos hormônios como a relaxina e a progesterona que ajudam na adaptação do corpo para as mudanças que ocorrem durante a gravidez. Esses hormônios relaxam, afrouxam os músculos e ligamentos deixando-os mais maleáveis, menos rígidos e as nossas articulações mais flexíveis. Imaginem então uma articulação mais flexível, com mais sobrecarga de peso... hummmm, vai ficar mais frouxa, mais larga, mais móvel...
E é por isso que eu falo MUITO dos calçados na gravidez. Durante esse período, a mulher não deve pensar apenas na beleza do calçado, ela precisa pensar acima de tudo em conforto e segurança.
Sabe por quê? Porquê um sapato inapropriado pode diminuir a circulação das pernas, aumentar a sensação de cansaço e acarretar alguns acidentes como quedas e torções, inclusive com risco de morte para mãe e bebê.
O problema maior é que muitas mulheres acabam nem se preocupando com os pés que neste período acabam inchando bastante. Mas se fosse só o inchaço, era simples.
A sobrecarga adquirida devido ao aumento de peso é umas das principais preocupações com os pés, principalmente com uma sobrecarga mau cuidada, onde o corpo inteira da mulher está suscetível a alterações, que podem ser danosas e muitas vezes definitivas.
Quer um exemplo? Você já ouviu falar que o pé da mulher aumenta depois da gravidez? Pois é. Ele pode aumentar sim, mas a principal causa de aumento do tamanho do pé após a gravidez é o uso inadequado de sapatos que não dão a sustentação necessária, que não dão o suporte na base do pé, que não contém as laterais e permitem que o pé se esparrame pelo calçado e muitas vezes pelo chão, inclusive.
Outra coisa são os acidentes, quedas ou torções. Ah, torcer o pé é normal, qualquer um é suscetível a isso. Não é bem assim. A gestante está muito mais suscetível do que qualquer outra fase da vida, pois, como eu falei antes, os músculos e ligamentos do corpo inteiro, do pé, inclusive, estão frouxos e mais instáveis, além de que a perda de equilíbrio pela mudança no centro de gravidade é nítida e claro, ela vai se desequilibrar mais fácil e sem o suporte dos pés funcionando de maneira mais firme, vai torcer mais fácil e a torção, na maioria das vezes vai ser mais séria do que normalmente seria.
Usar um sapato inapropriado pode levar a esses acidentes. Solas que escorregam e sapatos altos são os mais perigosos. No dia a dia dê prioridade aos sapatos confortáveis, mais largos e que não apertem os pés.
Eu quero falar primeiro do que não pode, tá? Quero explicar porque não pode e depois vou dar dicas de como escolher o sapato adequado e onde escolher (heheheheheh)
O clássico salto alto: Não. Simplesmente porque desequilibra, causa torções e quedas, mantém a panturrilha o tempo inteiro contraída e dificulta a circulação, maior inchaço.
Salto fino: Mesmo sendo baixo, o salto fino, tende a causar desequilíbrios, é mais difícil se manter estável nele.
Plataforma: Evita a contração da panturrilha, deixa a mulher mais alta, mas ainda deixa ela suscetível a quedas pela altura (em relação ao solo) elevada.
Rasteirinha e mule: permite que o pé esparrame pelo calçado, não fixam no pé, a mulher tem que constantemente está segurando o calçado com as pontas dos dedos e são instáveis, aumentando o risco de quedas, mesmo sendo baixos.
Tiras: sandálias e sapatos de tiras finas marcam o pé, apertam em locais determinados, causam mais dor e incham mais o pé por comprimir mais os vasos sanguíneos, inclusive amarrações no calcanhar são contra-indicadas
Vamos agora ao que é recomendado e o porquê destas recomendações.
Salto largo: Não tem como fugir do salto em um determinado evento? Saia de casa com um sapato mais baixo e na porta do evento, coloque o salto, mas lembre de optar pelo salto largo e quadrado, pois mesmo com a alteração postural, você se resguarda do problema do desequilíbrio e diminui as chances de queda, dando mais firmeza. Acabou o evento? Coloque o sapato mais baixo novamente.
Solado de borracha: Claro que está nítido e evidente, masssss, vou explicar, para grudar mais no chão, evitar escorregões, é o solado antiderrapante, dá mais firmeza.
Tiras largas: Dão mais firmeza no pé, não comprimem os vasos sanguíneos e promovem maior segurança ao andar.
Altura: Algumas mulheres não abrem mão de um salto, não é mesmo? Ou para estarem mais altas ou para se sentirem mais elegantes, não importa. Na gravidez, se você não abre mão de maneira alguma de um salto, vamos lá para as orientações de saltos MÁXIMOS que você pode usar para não causar prejuízos a sua saúde.
O salto não deve ultrapassar 4,5cm, ou seja, 3 dedos. Por quê? Porque esta é a inclinação fisiológica do nosso pé, é a inclinação que permite ao nosso pé dar conforto ao nosso quadril, coluna, ombros, cabeça e pescoço sem alterar as formas posturais.
Durante a gravidez, principalmente, dê sempre preferência a calçados que te proporcionem:
Firmeza Segurança Conforto Abraço Leveza "
Dra Daniella Leiros - fisioterapeuta, acupunturista e doula (A Sua Hora - serviços de apoio materno infantil)
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